terça-feira, 10 de junho de 2014

Dualidade

Hoje me lembrei de te esquecer
E despertei da minha lucidez
Para uma profundidade sutil
De sua perfeição desfigurada
Via seus olhos diante de mim
E então eu pensava no não
E no sim
E no não e sim ao mesmo tempo
E no nada
No acaso
No nada que há no acaso
E lembrei do tempo
Em que o sim, o não, o nada e o acaso era você
E te senti em mim
Tentei me deixar confiar
No acaso que conheço
Assim esperei o amanhã como se fosse ontem
na sua certeza
Pois sei o que não vivi
Ms sei mais ainda o que não queria ter vivido
Me guio no escuro
No vazio me encontro
Na cegueira vejo você

Saul Hannah

sábado, 18 de junho de 2011

A Confusão do Equilíbrio




Está estampado na maioria das expressões comuns que encontramos nas ruas o que talvez pode ser a doença social mais perigosa de todos os tempos: o conformismo.
Seu efeito mais letal está no fato de ser confundido diversas vezes com o tão buscado "equilíbrio" da vazia sociedade moderna. Confusão essa  com um devastoso fundamento: o conformismo também é uma forma de equilíbrio. Um equilíbrio modero, adaptado àqueles que não estão dispostos à real integração pessoal, o equilíbrio estático, efêmero, aonde qualquer imprevisto que o afronte abre espaço para atitudes indesejadas.

O equilíbrio estático é como um câncer que corrói na surdina. Vai devastando aos poucos e só mostra a sua fraqueza quando as questões o incomodam e levam o moribundo mental ao fundo do poço das questões sem resposta. Até que lá ele talvez encontre uma outra forma de equilíbrio: o equilíbrio dinâmico.

O equilíbrio estático é insuficiente, paradigmático, teórico. O equilíbrio dinâmico é integral, pragmático, atemporal, prático.

O equilíbrio dinâmico, antídoto para o conformismo, é raro não porque esteja escondido. Mas porque depende da abertura da consciência. É o colapso da dúvida. A resposta tanscedental.

No fundo do poço metafísico, no ápice extremo da desilusão realista, quando a vida apresenta a suas rasteiras características para que acordemos à sua essência, a mente cansa e abre espaço para a consciência. E esta se revela de cara limpa, livre.

O equilíbrio dinâmico é o equilíbrio consciente. Sabe que está agindo. Conhece as regras da ação.
O equilíbrio estático é conformismo. O dinâmico é a satisfação.

Ao contrário do que possa parecer, a linha de separação não é tênue. Ela é sim muito definida.Porém o conformismo disfarça essa separação. A ilusão de que não existem limites ou barreiras é útil para ele.

A satisfação não se engana. Sabe que existem limites ou barreiras e principalmente, sabem que elas devem ser superadas.

O poder da superação - dinamismo - depende da consciência de existência das barreiras. A integração é a arte de vencer os limites. Se não existem limites para serem vencidos o equilíbrio é estático - conformismo - e não gera satisfação duradoura. Apenas enquanto a dúvida te leve ao limite e, quando este for transposto, chegará ao estado pleno de consciência: a satisfação.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Recado de Preta Velha


"Nêga véia pede licença zifio, pra trocá dois dedo de prosa com suncê.

Esta nêga não entende nada zifio e, ainda, tem muito o que aprender.

Nêga véia não entende como amar, pode significar privar os outros de viver.

Nêga véia não entende como pode ser feita a guerra para se conseguir a paz; e nem por que, com a paz verdadeira, os zifios nunca se satisfaz.

Tantos zifios cheios de vida e com medo de morrer, outros zifios tão longe da morte e com medo de viver.

Muitos zifios corajosos só para fazer o mal, outros zifios tão medrosos de realizar o bem.

Mas o que esta nêga véia menos entende é como os zifios pode tirar as vida dos outro e dizer que é em nome de Deus.

Como os zifios pode se achar melhor que os outros por que diz que tem Jesus no coração.

Os zifios tem que se comportar e agir como irmãos não por que pensam da mesma forma, moram no mesmo casuá ou partilham das mesmas idéias e ideais; os zifios tem que agir como irmãos tão somente porque são fios do mesmo pai que é Zambi.

E o mestre Jesus fiados, tem que estar no coração de suncês não para suncês achar que são melhor que os outros, mas sim para suncês serem melhores que suncês mesmos, para cada dia que passar suncês ser cada vez melhor que no dia que se passou: melhores em espírito e virtudes.

Estas lágrimas nos seus olhos zifio, pra nêga véia é um aprendizado.

Este choro ensina a nêga que suncê entendeu ela e que o mundo pode ser melhorado.

Esta nêga também chora zifio e roga a Zambi que as lição de Jesus suncês todos possam aprender, e que coloquem o aprendizado em prática para que possam crescer.

Todos juntos, neste divino pranto, irmanados lado a lado.

Pois todo o pranto que vem da alma zifio, também é sinal de aprendizado.

Saravá a Deus nosso pai!!!
Saravá a umbanda!!!
Saravá a linha dos pretos velhos!!!"


Fonte: http://umpontoumaprece.blogspot.com/2009/06/recado-de-preta-velha.html

terça-feira, 8 de março de 2011